Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse já pode ser apontado como uma das grandes causas de acidentes de trabalho. Sobrecarga, monotonia e até desvalorização profissional são indicadas como alguns dos principais fatores capazes de desencadear esse mal. E, não pense que há um setor específico em que o problema se alastra: praticamente todos os segmentos sofrem com o mesmo problema.
E, para surpresa de muitos, o Brasil ocupa a segunda colocação no ranking dos países com maior número de trabalhadores estressados, perdendo somente para o Japão. É o que indica a Associação Internacional de Gerenciamento do Estresse (ISMA), que tem sede nos EUA.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) os casos de estresse relacionados ao trabalho vêm aumentando devido às mudanças tecnológicas pelas quais estamos passando. Além disso, o receio do desemprego é também outro fator que vem impactando seriamente a vida do trabalhador.
Em geral, o estresse não é resultado de uma causa única. Dificuldades resultantes do ambiente familiar e das relações sociais vão alimentando sensações negativas, em conjunto com as questões do trabalho.
Sintomas. O acúmulo dos fatores causadores deste estado podem se expressar em diferentes sintomas fisiológicos e psicológicos, que devem ser observados como indícios de que algo não está bem. No aspecto mental, é possível observar como sintomas de um colaborador estressado a tensão, irritabilidade, isolamento social, ansiedade e depressão, entre outros.
Os aspectos físicos mais frequentes são dores musculares e de cabeça, cansaço em excesso, dificuldade de concentração e problemas gastrointestinais e cardiorrespiratórios.
Prejuízos à produtividade e à saúde do trabalhador. Além de prejudicar a produtividade, afinal, um trabalhador estressado provavelmente terá um desempenho inferior, o estresse provoca males à saúde mental e física. Desequilíbrio emocional e tensões fisiológicas podem ser o estopim para o surgimento de outras doenças, agravando o quadro.
Para as empresas e indústrias em geral, o aumento dos casos de estresse tem também como outras consequências o aumento de faltas, a maior rotatividade de pessoal e a piora das relações interpessoais no trabalho.
Consequências severas! À medida que o estresse avança na empresa, cresce também a ocorrência de outros problemas, como erros e inconformidades, atrasos nas entregas, perda de prazos e acidentes de trabalho. Além disso, o estresse pode levar a afastamentos e elevação dos gastos médios com saúde.
Estresse nada mais é que uma resposta física do nosso organismo a um estímulo. Quando somos submetidos a atividades estressoras, como por exemplo o trabalho, uma atividade física ou situações como a chegada de um novo filho, casamento ou mesmo uma mudança de emprego, nosso corpo reage, produzindo uma mistura complexa de hormônios e produtos químicos como a adrenalina, cortisol e norepinefrina (também chamada de noradrelalina).
Essa produção de hormônios ocorre justamente para preparar o corpo para uma reação física abrupta, ajudando a desviar sangue para os músculos. Essa resposta automática do nosso organismo foi desenvolvida em nossos antepassados como uma forma de protegê-los de predadores e outras ameaças. Diante do perigo, nosso corpo entra em ação, inundando nossa corrente sanguínea com hormônios que elevam a frequência cardíaca, aumentam a pressão arterial e a energia, preparando o indivíduo para lidar com o problema.
Nos dias atuais, embora não seja necessário fugir de predadores mortais diariamente (ufa!) você convive com múltiplos desafios, como o cumprimento de prazos, pagamento de contas e malabarismos para conciliar carreira e família. Esses estímulos fazem você sentir o estresse da mesma forma.
Identificando o estresse!
Confira os itens abaixo, eles são importantes indicadores de estresse.
– Fadiga: você se sente cansado o tempo todo;
– Irritabilidade extrema: você está sempre querendo explodir e se irrita com as coisas mais bobas;
– Falta de concentração: você não consegue manter o foco no que está fazendo;
– Sintomas de depressão: você sente uma tristeza constante e não tem vontade de se divertir;
– Pessimismo: se alguma coisa tem alguma chance de dar errado, você tem certeza de que não vai dar certo;
– Doenças recorrentes: você passa muito tempo gripado, com tosse, com dor de cabeça ou com problemas de pele ou queda de cabelo, por exemplo;
Dificuldade de comunicação: você não consegue dizer o que sente ou as pessoas simplesmente não entendem o que você fala;
Problemas de sono: você dorme demais ou tem insônia – ou acorda mais cansado do que estava quando foi dormir;
Problemas alimentares: você percebe que está comendo demais ou não come nada porque não sente fome;
Redução do potencial criativo: você não consegue criar coisas novas, abstrair, porque sua cabeça está ocupada com pensamentos repetitivos;
Redução da produtividade: você percebe que não consegue mais produzir com a mesma agilidade e a mesma qualidade com que produzia no passado.
– Programe alguns pequenos intervalos (de cinco minutos) ao longo do dia;
– Chegue ao trabalho dez minutos adiantado e programe suas atividades diárias com calma;
– Evite discussões acaloradas e respire fundo 3 vezes para eliminar sentimentos não positivos (raiva);
– Não confunda competência com competição;
– Mantenha o local de trabalho limpo, organizado e agradável;
– Quando possível perfume o ambiente;
– Exercite-se (ginástica laboral é bem importante);
– Administre seu tempo e suas atividades com tranquilidade (priorize o que é mais importante);
– Almoce com os amigos: ouça; converse; crie um círculo de fraternidade entre você e seus companheiros de trabalho;
– Dê risadas e tenha uma atividade positiva mesmo em momentos que não parecem ser bons;
– Busque respirar o ar fresco quando possível;
– Assuma uma postura afetiva com os outros trabalhadores;
– Quando possível, pratique esportes para “gastar” energia.
Sim, felizmente há uma série de alimentos que graças às suas propriedades nutricionais são capazes de combater o estresse. Quer saber quais são? Então, confira a lista que preparamos para você, logo abaixo. E não se esqueça de incorporar esses alimentos em seu cardápio!
Carboidratos complexos – Os alimentos chamados de carboidratos complexos aumentam a produção de serotonina, por isso a sensação de relaxamento do organismo é mais prolongada. Entre os carboidratos complexos, destaque para massas integrais e leguminosas: arroz integral, macarrão integral, batata, pão integral, mandioca, inhame, mandioquinha, batata-doce, feijão, grão-de-bico, ervilha e lentilha.
Alface – Embora muita gente despreze, é nos talos das folhas de alface que são encontradas substâncias como a lactucina e lactupicrina. Sabe como essas substâncias atuam? Como calmantes naturais. Não se esqueça: da próxima vez que for preparar a sua salada de alface, não jogue os talos fora, além de nutritivos, eles são super saborosos.
Verduras verde-escuras – Brócolis, couve e espinafre são importantes fontes de ácido fólico. Consuma de duas a três porções por semana.
Peixes e frutos do mar – Substâncias como o zinco e selênio agem diretamente no cérebro e, por isso, diminuem o cansaço e a ansiedade. O selênio, por exemplo, pode ser encontrado no atum enlatado. Outros tipos de peixe como salmão, sardinha, arenque possuem ácidos graxos poli-insaturados do tipo ômega 3, que melhoram o funcionamento do cérebro.
Fibras – Coma cereais integrais, frutas (principalmente com casca) e verduras, sempre que puder.
Castanhas e sementes – Muito saborosas, castanhas e sementes são ótimos alimentos para combater o estresse. Destaque para as castanhas (noz, Castanha-do-Pará, amêndoa, pistache) e as sementes (abóbora, gergelim, girassol e linhaça).
Laranja – Rica em vitamina C, cálcio e vitaminas do complexo B, a laranja é um ótimo relaxante muscular, pois ajuda a combater o estresse e a prevenir o cansaço. Um dos principais benefícios da vitamina C é inibir a liberação de cortisol, hormônio relacionado ao estresse no corpo.
Banana – Acredite, a banana é um alimento fantástico, pois possui substâncias como triptofano, vitamina B6, magnésio e potássio, que estimulam a produção de serotonina e ajudam a diminuir ansiedade e irritação. A quantidade? Como uma banana todos os dias!
Abacate – Para estimular a serotonina, ou seja, melhorar o humor e o bem-estar, coma abacate, mas somente uma unidade e uma vez por semana.
Laticínios – Para combater o estresse e o baixo-astral, recomenda-se comer diversos tipos de laticínios como iogurte, leite e queijo, que são ricos em proteínas e triptofano. Quantidade ideal? Uma fatia de queijo branco ou um copo de leite por dia são suficientes.
Ovos – O nível de triptofano no organismo é mantido quando é ingerida uma unidade de ovo de uma a duas vezes por semana.
Cereais – Excelente fonte de carboidratos complexos, os cereais contêm grande quantidade de fibras e vitaminas essenciais. A aveia, por exemplo, facilita a passagem do triptofano para o cérebro. Invista nos cereais com grãos integrais e pouca quantidade de açúcar. O ideal é inserir os cereais no café da manhã.